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O TESOURO ENFERRUJADO
“O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram.” (TIAGO, 5:3.)
Os sentimentos do homem, nas suas próprias
idéias apaixonadas, se dirigidos para o bem, produziriam sempre, em
conseqüência, os mais substanciosos frutos para a obra de Deus. Em quase toda
parte, porém, desenvolvem-se ao contrário, impedindo a concretização dos
propósitos divinos, com respeito à redenção das criaturas.
De modo geral, vemos o amor interpretado
tão-somente à conta de emoção transitória dos sentidos materiais, a
beneficência produzindo perturbação entre dezenas de pessoas para atender a
três ou quatro doentes, a fé organizando guerras sectárias, o zelo sagrado da
existência criando egoísmo fulminante. Aqui, o perdão fala de dificuldades para
expressar-se; ali, a humildade pede a admiração dos outros.
Todos os sentimentos que nos foram
conferidos por Deus são sagrados.
Constituem o ouro e a prata de nossa
herança, mas como assevera o apóstolo, deixamos que as dádivas se
enferrujassem, no transcurso do tempo.
Faz-se necessário trabalhemos, afanosamente,
por eliminar a “ferrugem” que nos atacou os tesouros do espírito. Para isso, é
indispensável compreendamos no Evangelho a história da renúncia perfeita e do
perdão sem obstáculos, a fim de que estejamos caminhando, verdadeiramente, ao
encontro do Cristo.
MINHA REFLEXÃO
Fomos criados por Deus com todas as
potencialidades do Espírito Puro, ou seja, com todas as virtudes que deveriam
ser desenvolvidas ao longo de nossa vida espiritual. Um tesouro a ser
descoberto paulatinamente no enfrentamento das provas e/ou expiações
(decorrentes do desvios espirituais).
Nossa vida é cheia da caças
ao tesouro espiritual que está escondido em nós mesmos, bastando para isso
seguir o Caminho que é Jesus. Ele nos esclareceu em S. Mateus (6: 19-21):
“Não acumuleis tesouros na Terra, onde a
ferrugem e os vermes os comem e onde os ladrões os desenterram e roubam; -
acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os comem; - porquanto, onde está o vosso tesouro aí está também o vosso
coração” (refletido em O ESE, Cap XXV – Buscai e achareis).
O Espírito Protetor, também reflete sobre,
quando trata da pureza do coração. Senão vejamos: “Se tendes amor, tereis colocado o vosso tesouro
lá onde os vermes e a ferrugem não o podem atacar e vereis apagar-se da vossa
alma tudo o que seja capaz de lhe conspurcar a pureza;” (in: O
Evang. Seg. o Espiritismo – Cap. VIII
Os que têm puro o coração).
Muitas vezes, como o Emmanuel nos lembra,
esquecemos desses tesouros e ficamos apenas na reflexão, quando não falamos das
virtudes para nos desculparmos de nossas fraquezas.
É desejoso, então, que nos coloquemos
novamente na trilha que nos leva ao Reino de Deus, onde os tesouros da alma são
o bilhete de entrada. Revelemos esses tesouros.
Que Deus nos ajude.
Domício
Somos chamados a compreender que embora movidos por paixões, já podemos agir no sentido de nosso próprio resgate e exemplificar essa luz aos companheiros de percurso, desde que as nossas intenções sejam libertas do orgulho e do egoísmo.
ResponderExcluirPensemos, seriamente, sobre esse entendimento, pois, por certo, Emmanuel, assim se expressa no sentido de nos lembrar de que estamos treinando o afastamento do mal como motor de nossas emoções e pensamentos. Urgente se torna, destaca Domício, que não nos limitemos à reflexão, mas direcionemos a nossa vida, sem titubeios, ao testemunho das santas virtudes.
No propósito de nosso desenvolvimento moral, recorramos à história, contada por Jason de Camargo( 2005, p. 117 – 20 )em seu livro Educação dos sentimentos. Um novo médium, após a leitura de O Evangelho Segundo o Espiritismo, concluiu fatigado, pela necessidade de muitas reencarnações para a aquisição de tantas virtudes, pois se reparava mergulhado num cotidiano repleto de dificuldades. Um amigo espiritual lhe orienta a fazer progredir uma única virtude. Tratava-se do sentimento da bondade a estar presente em cada pensamento, palavra, olhar e atitude. Assim o fez, exercitando na relação com o próximo o amor a Deus. Após dois anos, o amigo espiritual, em nova aparição, recomenda ao médium João que permanecesse bom com todos e em tudo.
Portanto, é a partir de nós mesmos que se forja o homem novo. A boa vontade, o conhecimento de que a imperfeição é um estado passageiro e a fé na perfeição conforme Jesus são elementos aos quais não podemos abdicar, para que o “fogo divino” do Amor nos limpe do orgulho e nos eleve a verdadeiros irmãos de Cristo e filhos de Deus.
Luz e Paz!
Lourença
agradecer a publicação desta mensagem tão atual e que nos remete ao nosso trabalho de autoconhecimento.
ResponderExcluirforte abraço
Verdade, Washington!!
ExcluirGrato pelo comentário!